ANTRAMPOLOGIA
ANTRAMPOLOGIA ESTUDO SOBRE O HOMEM
INTRODUÇÃO
A palavra significa estudo do homem. Tem certa variedade de uso, alguns dos quais importantes para a teologia e filosofia. 1. Ciência da antropologia. Esta ciência estudo o homem como um organismo biológico e como um ser cultural, pelo que há duas divisões principais na antropologia:
(a) Antropologia física, que aborda o que o homem era e é como um animal;
(b) antropologia cultural, que trata sobre o que o homem tem descoberto e inventado, aprendido e transmitido, como um ser social. A antropologia física é um ramo da ciência natural, que tem várias subdisciplinas: a. Estudo das origens, ou antropogênia, que inclui todas as considerações do processo evolutivo, utilizando‑se das ciências geológicas e biológicas. b. Somatologia, o estudo dos caracteres físicos das raças e sub-raças. c. Antropogeografia, que faz a distribuição geográfica das raças. d. Psicologia racial; que faz o estudo das diferenças entre as raças, no terreno psicológico. e. Fisiologia racial e bioquímica. f. Anatomia comparada à morfologia. A maioria das subdisciplinas não interessa a filosofia ou a teologia, embora a questão das origens traga a tona o problema da evolução, bem como o problema das origens, em geral. Ademais, temos o problema geral da identidade do homem. Muitos antropólogos vêem-no apenas como um animal, mas a teologia muito tem a dizer sobre isso, não vendo o homem apenas em seu corpo físico. Os pais alexandrinos criam que o homem real, a alma, tem uma história anterior ao corpo físico. Se isso for verdade, então a antropologia só estuda o veiculo físico do homem e sua vida terrena, mas não sua a verdadeira origem. A antropologia cultural tem as seguintes subdivisões: a. Lingüística, estudo comparativo dos idiomas. b. Tecnologia, estudo comparativo das invenções materiais, antigas a modernas. c. Arqueologia da pré‑história, o estudo dos remanescentes de artefatos humanos, primeiras indústrias, etc. d. Antropologia social, estudo comparativo dos costumes, tradições, organizações sociais, moral, governo, família, comunidade e economia. O que interessa à filosofia e à teologia, dentro da antropologia cultural, centraliza‑se em torno da ética. A maioria dos antropólogos defendem o chamado relativismo cultural, isto é, a idéia que cada cultura desenvolve seus próprios conceitos éticos, dependendo das forças que atuam ali. Em aplicações extremas, qualquer padrão discernível de certo e errado se perdem, quando se aceita que uma cultura é tão boa quanto outra, ou que aquilo que é bom para uma cultura, não é necessariamente bom para outra. Assim fazendo, terminamos com muitos padrões de conduta moral, sendo aprovados ate mesmo os sacrifícios humanos enquanto que o adultério e a promiscuidade são socialmente sancionados.
2. Antropologia Filosófica. Essa estuda o conhecimento filosófico do homem. A filosofia estuda o homem, procurando perscrutar mais fundo do que aquilo que a dito pela ciência pura. Sistemas filosóficos como a fenomenologia, o existencialismo e o personalismo, geralmente são considerados como representantes dessa forma de antropologia. Isso, porem, é muito restritivo, porque qualquer filosofia que tente dizer algo sobre um homem, ou sobre a humanidade, além daquilo que a ciência estipula sobre seu corpo físico, é uma forma dessa antropologia filosófica. Portanto, a metafísica, a epistemologia, a ética, tudo tem algo a dizer sobre essa área. A própria antropologia parece ter sido termo cunhado por Aristóteles, em sua obra Ética. Ele o usou para descrever o homem dotado de mente nobre, não dado a maledicência a nem a jactância. Aquele que assim fazia era um antropólogo, isto é, falava sobre o homem, ou seja, sobre si mesmo.
3. Antropologia teológica e doutrina do homem, mormente no que tange a Deus, a sua origem, a sua natureza presente, atividade, deveres a destino. A teologia ensina‑nos que o homem foi criado para relacionar‑se com Deus, para participar de seus propósitos, a finalmente, para compartilhar da natureza divina II Pedro 1:4, tal como originalmente foi criado à imagem de Deus. O homem desfigurou essa imagem, e a redenção tem por finalidade restaurá‑la, mas também maximiza‑la, por meio da criação do homem espiritual, uma realização das dimensões espirituais. Na antropologia teológica, o homem é um ser transcendental, ou pelo menos, esta destinado a sê‑lo. A DOUTRINA DO HOMEM Gênesis 5.2 descreve especificamente que Deus escolheu um nome que se aplicaria à raça humana como um todo. Quero deixar claro que não estou argumentando aqui que devemos sempre imitar os modelos de discurso bíblico, ou que seja errado usar às vezes termos neutros quando nos referirmos a raça humana, mas sim que o fato de Deus ter ele mesmo escolhido o nome, segundo o relato de Gênesis 5.2, indica que o uso de "Homem" quando se representa toda a raça é uma escolha boa e bastante apropriada, algo que não devemos evitar. A questão teológica nos mostra o fato de que há liderança ou chefia masculina na família desde o principio da criação. O fato de Deus não ter decidido chamar a raça humana de "mulher”, mas de "homem", provavelmente traz alguma relevância quanto à compreensão do plano original de Deus quanto aos homens e quanto às mulheres. É claro que essa questão do nome que usamos quando nos referimos a raça não é o único elemento dessa discussão, mas é um deles, e o nosso uso da linguagem nessa questão tem de fato alguma importância na discussão dos papeis masculinos a femininos atualmente.
POR QUE O HOMEM FOI CRIADO?
Deus não precisava criar o homem, mas nos criou para a sua própria glória. Deus não precisa de nós nem do restante da criação para nada; porem nós e o restante da criação o glorificamos com alegria. Deus não nos criou porque precisasse da comunhão de outras pessoas. Deus não precisava de nós por motivo nenhum. No entanto, Deus nos criou para a sua própria glória. Na analise da independência divina, observamos que Deus se refere aos seus filhos e filhas das extremidades da terra como aqueles "que criei para minha gloria"Is. 43.7; Ef. 1.11‑12. Portanto, devemos fazer "tudo para a gloria de Deus" 1Co. 10.31. Cl 3:17 que diz assim:E quando fizerdes por palavras ou por obras ,fazei tudo em nome do senhor Jesus,dando por ele graças a Deus pai. Esse fato garante a relevância da nossa vida. Percebendo que Deus não precisava nos criar, e que não precisa de nós para nada, poderíamos concluir que nossa vida não tem a menor importância. Mas as Escrituras nos dizem que fomos criados para glorificar a Deus, indicando que somos importantes para o próprio Deus. Essa e a definição final da verdadeira importância ou relevância da nossa vida: se somos de fato importantes para Deus por toda a eternidade, então que maior medida de importância ou relevância poderíamos querer? Qual o nosso propósito na vida? Nosso propósito deve ser cumprir a meta para que Deus nos criou: glorificá‑lo. Quando falamos com respeito ao próprio Deus, eis ai um bom resumo do nosso propósito. Mas quando pensamos nos nossos próprios interesses, fazemos a feliz descoberta de que devemos nos alegrar em Deus a encontrar prazer no nosso relacionamento com ele. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundancia" João 10.10. Davi diz a Deus: "Na tua presença ha plenitude de alegria, na tua destra, delicias perpetuamente" Sl. 16.11. Ele anseia habitar na casa do Senhor para sempre, "para contemplar a beleza do SENHOR" Sl. 27.4, e Asafe brada: Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleça, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre Sl. 73.25‑26. Acha‑se plenitude de alegria no conhecer a Deus e no deleitar‑se com a excelência do seu caráter. Estar na sua presença, desfrutar da sua comunhão, a benção maior do que qualquer coisa que se possa imaginar. Quão amáveis são os teus tabernáculo, SENHOR dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil Sl. 84.1‑2, 10. Portanto, a atitude normal do cristão é alegrar‑se no Senhor a nas lições da vida que ele nos da Rm. 5.2‑3; Fp. 4.4; 1Ts. 5.16‑18; Tg. 1.2; lPe. 1.6, 8. Dizem‑nos as Escrituras que, quando glorificamos e desfrutamos de Deus, ele se alegra conosco. Lemos: "Como o noivo se alegra da noiva, assim de ti se alegrará o teu Deus" Is. 62.5, e Sofonias profetiza que o Senhor "se deleitara em ti com alegria; regozijar‑se‑á em ti com júbilo. Os que estão entristecidos por se acharem afastados das festas solenes, eu os congregarei" Sf. 3.17‑18. Essa compreensão da doutrina da criação do homem traz resultados bastante práticos. Quando percebemos que Deus nos criou para glorificá‑lo, e quando passamos a agir a fim de cumprir esse fim, então começamos a experimentar uma intensidade de alegria no Senhor que antes não conhecíamos. E quando acrescemos a isso a compreensão de que o próprio Deus se deleita com a nossa comunhão com ele, nossa alegria se torna "inexprimível e plena de glória celeste" 1Pe. 1.8. Alguém pode objetar que é errado que Deus tenha criado o homem em busca de glória para si. Certamente é errado que os seres humanos busquem glória para si, como vemos no dramático exemplo da morte de Herodes. Depois de orgulhosamente aceitar o clamor da multidão, "É voz de um deus, e não de homem!" At 12.22, "no mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou" At 12.23. Herodes morreu por ter se apropriado da glória de Deus, glória que Deus merecia, não ele. Será que ha alguém que mereça glória mais do que ele? Certamente não! Ele é o Criador, ele fez todas as coisas, e ele merece toda a glória. Ele é digno de receber glória. Paulo exclama: Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas.
A ele, pois, a glória eternamente. Amem! Rm 11.36. Quando passamos a apreciar a natureza de Deus como o Criador infinitamente perfeito que merece todo louvor, nosso coração então não descansa enquanto não damos glória de todo o nosso coração, alma, entendimento e força Mc 12.30.
O HOMEM A IMAGEM DE DEUS
De todas as criaturas que Deus fez, de uma delas, o homem, diz‑se ter sido feita "a imagem de Deus"." Que isso significa? Podemos usar a seguinte definição: o fato de ser o homem imagem de Deus significa que ele é semelhante a Deus e o representa. Quando Deus diz: "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança" Gn. 1.26, isso significa que ele pretende fazer uma criatura semelhante a si. As palavras hebraicas que exprimem "imagem" selem a "semelhança" se referem a algo similar, mas não idêntico.
A palavra imagem também pode ser usada para exprimir algo que represente outra coisa. Os teólogos gastaram muito tempo tentando especificar uma característica do homem, ou bem poucas delas, em que se vê primordialmente a imagem de Deus. Alguns já cogitaram que a imagem de Deus consiste na capacidade intelectual do homem, outros no seu poder de tomar decisões morais e fazer escolhas voluntárias. Outros conceberam que a imagem de Deus era uma referência a pureza moral original do homem, ou ao fato de termos sido criados homem e mulher Gn. 1.27, ou ao domínio humano sobre a terra. Dentro dessa discussão, melhor seria concentrar a atenção primeiramente nos significados das palavras "imagem" e "semelhança". Como já vimos, esses termos tinham significados bastantes claros para os primeiros leitores. Quando nos damos conta de que as palavras hebraicas que exprimem "imagem" e "semelhança" simplesmente informavam aos primeiros leitores que o homem era semelhante de Deus, e em muitos aspectos representa Deus, vemos controvérsia acerca do significado de "imagem de Deus" e a busca de um significado excessivamente estreito a especifico. Para os primeiros leitores, Gênesis 1.26, "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança", significava simplesmente: Façamos o homem como nós, para que nos represente.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
O fato de ser o homem a imagem de Deus significa que o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual,domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas e imortalidade. De fato, na leitura do restante da Bíblia, percebemos que a compreensão plena da semelhança do homem a Deus, exigiria plena compreensão de quem é Deus no seu ser e nos seus atos, e uma plena compreensão de quem é o homem e o que fez. Quanto mais sabemos sobre Deus e o homem, mais semelhanças reconhe cemos, e mais plenamente compreendemos o que as Escrituras querem dizer ao afirmar que o homem existe a semelhança de Deus.
A expressão se refere a todo aspecto em que o homem é como Deus. Essa compreensão do que significa ter sido o homem criado à imagem de Deus e reforçada pela similaridade entre Gênesis 1.26, onde Deus declara a sua intenção de criar o homem a sua imagem e semelhança. Também somos superiores aos anjos, que não se casam nem geram filhos nem vivem na companhia dos filhos e filhas remidos de Deus. No próprio casamento, espelhamos a natureza de Deus no fato de os homens e as mulheres gozarem de igualdade de importância mas diversidade de papeis, desde que Deus nos criou.
O homem é como Deus no seu relacionamento com o restante da criação. Especificamente, o homem recebeu o direito de reger a criação, e quando Cristo voltar receberá autoridade para julgar os anjos 1Co 6.3; Gn. 1.26, 28; Sl. 8.6‑8.
A QUEDA DO HOMEM
O homem caiu no engano, suas palavras já não glorificam continuamente a Deus; seus relacionamentos muitas vezes são controlados pelo egoísmo, já não pelo amor. Embora o homem ainda seja a imagem de Deus, em cada aspecto da vida alguns elementos dessa imagem foram distorcidos ou perdidos. Em suma, "Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" Ec. 7.29 Permanecemos, então, a imagem de Deus ainda, somas como Deus e ainda representamos a Deus, mas a imagem de Deus em nós esta distorcida; não somos mais plenos em Deus, como éramos antes do surgimento do pecado. Portanto é importante compreender o pleno significado da imagem de Deus, não pela observação de como as seres humanos vivem hoje, mas pelas indicações bíblicas da natureza de Adão e Eva quando Deus os criou e quando tudo o que Deus criára era "muito bom" Gn. 1.31. A verdadeira natureza do homem à imagem de Deus também se revelou na vida terrena de Cristo. A plena medida da excelência da nossa humanidade só se verá novamente na terra quando Cristo voltar e tivermos recebido todos os benefícios da salvação que ele conquistou para nos.
A redenção em Cristo é a recuperação gradual da imagem de Deus. É animador abrir o Novo Testamento e ver que nossa redenção em Cristo significa que podemos, mesmo nesta vida, gradualmente crescer cada vez mais. Por exemplo, Paulo diz que coma cristãos temos uma nova natureza, que "se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" Cl. 3.10. À medida que vamos crescendo no verdadeiro conhecimento de Deus, da sua Palavra e do seu mundo, começamos a pensar cada vez mais os pensamentos que o próprio Deus tem. Dessa forma somas refeitos "para o pleno conhecimento" e nos tornamos mais semelhantes a Deus no nosso pensar. "somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem. Ao longo desta vida, à medida que crescemos em maturidade cristã, aumenta a nossa semelhança a Deus.
Mais especificamente, nos vamos tornando cada vez mais semelhantes a Cristo na nossa vida e no nosso caráter. De fato, Deus nos redimiu para que sejamos "conforme a imagem de seu Filho" Rm. 8.29, tendo assim exatamente o mesmo caráter moral de Cristo. Na volta de Cristo, a completa restauração da imagem de Deus. A admirável promessa do Novo Testamento que, assim coma somos hoje como Adão sujeitos a morte e ao pecado, também seremos coma Cristo no futuro moralmente puros, jamais sujeitos a morte de novo. "Assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial"
1 Co. 15.49."A plena medida da nossa criação a imagem de Deus não se vê na vida de Adão, que pecou, nem na nossa própria vida hoje, pois somos imperfeitos. Mas o Novo Testamento enfatiza que o objetivo de Deus ao criar o homem à sua imagem se realizou completamente na pessoa de Jesus Cristo, o qual é a imagem de Deus" 2Co 4.4; "Este é a imagem do Deus invisível" Cl. 1.15. Em Jesus vemos a Semelhança humana de Deus como ela foi originalmente concebida, e deve para nos ser motivo de alegria o fato de ter Deus nos predestinado a ser conforme a imagem de seu Filho" Rm 8.29; 1Co. 15.49: "Quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele" 1Jo 3.2
hum pouquinho do estudo sobre o homem que Deus venha abençoar a todos
Comentários
Postar um comentário