OS ENTRETENIMENTOS DO COLISEU


OS ENTRETENIMENTOS E ESPETÁCULOS DO COLISEU
 
Os jogos e as distrações que deliciavam os romanos eram espetáculos de 
horror, que fazem estremecer o coração. Nenhum entretenimento era popular, se 
não fosse acompanhado de derramamento de sangue e de perda de vida; nenhum 
drama simulado seria aplaudido nesse templo das Fúrias. Os divertimentos do 
Coliseu compõem as páginas mais negras nos registros do passado. 
Durante as grandes celebrações, raramente se passava um dia sem que 
algumas centenas de carcaças dilaceradas de homens e feras fossem arrastadas 
da arena para a casa dos mortos. Os jogos começavam por volta das dez horas, e 
geralmente iam até o escurecer; ao longo dessas horas, vítima após vítima ia 
tombando. Os espectadores, cada vez mais intoxicados a cada novo gole de 
sangue, bebido através de seus olhos brilhantes, clamavam por novas vítimas e 
mais sangue. Em mais de uma ocasião aconteceu de todos os animais do viveiro 
serem mortos num só dia. Eutrópio, falando de Tito, conta: "E quando ele 
construiu o anfiteatro em Roma, inaugurou os jogos e fez morrer cinco mil 
animais". (Eutrópio, livro IX, cap. X) Gladiadores, escravos, e cristãos eram as 
principais vítimas nos jogos. 
Entretanto, havia manchas brilhantes neste quadro de mortandade. Houve 
ocasiões em que o aplauso do populacho percorreu cada porção do edifício, em 
aprovação a cenas de beleza, inocência, e mecanismo que dificilmente pode ser 
rivalizado na arte moderna. Seus grandes jogos, que geralmente duravam 
semanas inteiras, eram uma estranha combinação do trágico e do cômico, do 
jovial e do horrível. Uma diversão favorita era assistir ao treinamento de animais 
no circo. Os escritores dessa época contam-nos de um elefante equilibrista, de 
um urso que se sentava numa cadeira, vestido como uma matrona, e era 
carregado em volta da arena pelos atendentes. E temos a história do rei da 
floresta, com garras douradas e uma juba enfeitada com ouro e pedras preciosas,

que num estranho contraste com as cenas sucessivas, representava a virtude da 
clemência, sendo treinado para brincar com uma lebre. Ele pegava o trêmulo 
animalzinho com a boca, colocava-o nas costas, e prodigalizava-lhe mil carícias.
Então lemos de doze elefantes domesticados, seis machos e seis fêmeas, vestidos 
com togas masculinas e femininas, que se sentavam à mesa, e comiam delicadas 
viandas e bebiam vinho em taças de ouro, usando com a maior delicadeza e 
cuidado as extraordinárias trombas, com as quais podiam levantar um ' alfinete 
do chão, ou arrancar pela raiz um bosque de carvalhos.4 Outros eram treinados 
para a dança pírrica, e espalhavam flores pela arena. Eles possuíam uma bebida 
forte peculiar, pela qual os elefantes tinham certa inclinação; ela os inebriava e os 
levava a mover-se de maneira engraçada, que produzia nos espectadores um 
incessante gargalhar. Tomamos conhecimento, através de Marcial e de outros 
escritores, que havia outras espécies de distrações de um caráter mais grandioso 
e mais estimulante, porém mesclado e enodoado com aquele espírito de crueldade 
que caracterizava a maior parte dos jogos do anfiteatro. Conforme já mencionamos, as passagens subterrâneas serviam de calabouço e de toca para as 
feras, ou podiam transformar-se em imensos aquedutos para inundar a arena, 
que se tornava um lago para entretenimentos navais. Navios com homens 
armados flutuavam ali, e lutavam desesperadamente uns contra os outros, como 
se um império dependesse do resultado da batalha. Em certa ocasião, um grande 
navio, cheio de homens e animais, foi introduzido neste lago artificial, e a um 
sinal combinado, ele abriu as laterais, desintegrando-se, e despejando nas águas 
a sua carga viva. Então vieram todos os horrores de um naufrágio: os guinchos 
dos animais, e o lamento comovente dos escravos se afogando, soaram como 
música aos ouvidos romanos. 
Por uma combinação de habilidade mecânica, a lenda de Orfeu foi 
novamente concretizada. O solo da arena era feito para abrir repentinamente em 
uma centena de lugares, e árvores brotavam completas, numa folhagem de um 
verde profundo, e sustentando maçãs de ouro, numa imitação da árvore fabulosa 
do jardim das Hespérides. Animais selvagens eram deixados soltos nesta floresta 
encantada; as árvores moviam-se ao som de uma flauta; e para que nada faltasse 
à realidade da representação, um desafortunado escravo, que tinha a honra de 
representar o Orfeu do espetáculo, era feito em pedaços por um urso.' 
Uma falha em qualquer desses mecanismos do show era considerada 
menosprezo ao imperador, e o organizador era punido com morte pública. Não 
fosse por esses costumes desumanos e bárbaros, que paralisavam de medo os 
maiores gênios do Império, o Coliseu teria testemunhado muitos grandes triunfos 
da arte mecânica. 
Dentre os espetáculos originados na mitologia paga, Marcial faz menção, 
em seu Epigrama, a um parricida crucificado no Coliseu; menciona também uma 
horrível cena de Dédalo elevado ao ar com asas falsas, e então deixado cair na 
arena, onde foi devorado por animais selvagens. Noutra ocasião, um escravo foi 
obrigado a representar Múcio Scaevola, e pôr a mão no fogo até ficar 
completamente queimada. O infeliz submetido a esta pavorosa crueldade não teve 
outra alternativa: as suas roupas foram cobertas com piche e alcatrão; se ele 
vacilasse ou recuasse por um momento, seria queimado vivo. 
Porém a diversão mais comum do Coliseu era o combate com as feras e os 
gladiadores. Os animais eram postos a lutar uns com os outros, e depois com os 
homens; e por último, os homens com os seus companheiros. Quando as feras 
eram postas na arena para lutar entre si, tudo o que pudesse provocá-las ou 
excitá-las era estudado com a mais cruel destreza. As cores mais detestadas pelos

animais eram espalhadas em profusão à sua volta; eles eram açoitados com 
chicotes, e as laterais de seus corpos, rasgadas com ganchos de ferro; pratos de 
ferro aquecidos eram presos a eles, e bolas de fogo eram postas sobre suas 
costas. Assim, as feras enfurecidas corriam em volta da arena; a terra tremia ao 
troar de seus rugidos agonizantes. O peito inflado dos animais parecia arrebentar 
sob o fogo da cólera que os enlouquecia. Seus olhos faiscavam de raiva, e 
arrancando a areia com as garras, eles envolviam-se numa nuvem de pó. Em sua 
fúria, despedaçavam-se uns aos outros. 
Se, como vez ou outra acontecia, uma leoa ou tigresa enfurecida matasse 
os homens e animais que lhe eram apresentados, gritos e aplausos frenéticos 
espocavam de todos os lados do anfiteatro, e enquanto a fera, soberana do campo 
de batalha, caminhava sobre os corpos de suas vítimas, o povo clamava por sua 
liberdade, para que fosse enviada de volta ao seu deserto nativo. 
Os combates entre homens e feras eram ainda mais populares. Os próprios 
imperadores costumavam tomar parte neles, e até as mulheres tinham a audácia 
de entrar na arena, e combater com os mais ferozes animais. Havia duas espécies 
de pessoas destinadas a esse tipo de esporte: uma entrava armada, carregando 
armas de acordo com a sua escolha; a outra eram os pobres escravos, cativos, ou 
criminosos, expostos às bestas sem qualquer defesa. A esta classe pertenciam os 
cristãos. Eles eram distinguidos dos gladiadores pela ignominiosa alcunha de 
bestiários.
Supõe-se que o combate entre gladiadores seja de origem etrusca. Ele fazia 
parte das honras funéreas dos grandes homens, de acordo com a crença paga de 
que as almas dos mortos eram saciadas pelo derramamento de sangue. Esse 
estranho ritual fúnebre foi introduzido em Roma nas exéquias de Junio Bruto, no 
ano 490 da cidade, e cerca de 260 anos antes da ei"a cristã. Ele parece ter sido 
tão prazeroso ao gosto cruel dos romanos, que logo se tornou upn passatempo 
comum. As lutas gladiatórias eram, estritamente falando, os jogos do Coliseu; I
elas os gladiadores deviam sua existência. Tal era o furor do povo por estes 
espetáculos, que se estima que cem mil gladiadores tombaram dentro daqueles 
muros. 
Durante doze dias, Trajano fez dez mil gladiadores lutar sucessivamente; e 
quase todos os Pecadores que o sucederam seguiram-lhe o exemplo. Os homens 
que assim lutavam eram geralmente cativos de guerra, ou escravos. Numa época 
posterior, a luta tornou-se uma espécie de profissão, e conta-se que homens 
livres e nobres, enlouquecidos pelo entusiasmo, alistavam-se para o combate 
mortal com pobres cativos da Trácia e Gália. Até mulheres apareciam na arena 
como amazonas, e lutavam frenética e valentemente em meio às aclamações 
incessantes da multidão. 
Tanto Herodiano como Lamprídio contam que o imperador Cômodo, não contente em assistir as lutas dos gladiadores, entrou ele mesmo na arena, quase 
nu, e armado com uma espada curta, e os desafiou ao combate. Aqueles que 
combateram com ele receberam ordens de não lhe infligir qualquer ferimento; 
mas no momento que recebessem um golpe, ainda que leve, deveriam cair de 
joelhos perante o soberano, declarando-se derrotados e suplicando clemência. 
Havendo, desse modo, vencido mil gladiadores, ele ordenou que tirassem a 
cabeça da colossal estátua do sol, e pusessem no lugar a sua própria imagem. Na 
base do monumento, pôs a inscrição: "Mille Gladiatorum Victor" - "O Vencedor de 
Mil Gladiadores". 
Após a procissão dos deuses (que dava abertura aos jogos do anfiteatro e 
aos do circo), os gladiadores sorteados para lutar também rodeavam a arena em
procissão; então formavam pares, e suas espadas eram examinadas pelo 
administrador. Como um prelúdio da batalha, e para criar o clima de exaltação 
apropriado, lutavam primeiro com espadas de madeira; então, a um sinal dado 
pelo soar de uma trompa, elas eram postas de lado e substituídas por armas 
mortais. O interesse dos milhares reunidos era imediatamente elevado ao mais 
alto grau; de tempos em tempos, eles rompiam em gritos e aplausos 
ensurdecedores; ou um apreensivo silêncio reinava no vasto anfiteatro, num 
suspense que só terminava com a morte de um dos combatentes. Quando um 
gladiador recebia um golpe, o seu adversário gritava: "Ele foi atingido!" - (Hoc 
habet!) Às vezes, o pobre ferido esforçava-se para esconder o ferimento, ou fingia 
que não tinha importância, para então cair na areia ao fazer sua última e 
desesperada investida contra o adversário. A sua sorte, porém, dependia da 
vontade do povo; se desejassem que fosse salvo, viravam o polegar para cima; se 
quisessem a sua morte, viravam-no para baixo. O último era geralmente o 
veredicto mais freqüente da turba insensível. O brado de "recipe ferrum" caía com 
terrível veemência nos ouvidos do moribundo. Isto significava simplesmente que 
ele era submetido brava e dignamente à sua sorte; que não devia demonstrar 
estremecimentos vergonhosos ou contorções de dor; que deveria ter arte mesmo 
na agonia da morte. "O povo", escreve Sêneca, "sentia-se insultado quando o 
combatente não morria de boa vontade; e pelo olhar, pelo gesto, e pela veemência 
dos modos, bradavam por sua execução imediata". 
Lactâncio, no sexto livro de sua sublime Apologia à verdadeira religião, dá 
uma idéia da barbaridade desses jogos, nas palavras que usa para condená-los: 
"Qualquer um que se deleite à vista do sangue, ainda que seja de um criminoso 
justamente condenado, avilta a própria consciência. Mas os pagãos converteram 
em passatempo o derramamento de sangue humano. A humanidade retrocedeu 
tanto de seus sentimentos, que a sua diversão consiste em estimular o assassinato e o sacrifício da vida humana. Pergunto, agora: Podem ser chamados 
de justos e piedosos esses que não apenas permitem a morte de alguém que jaz 
prostrado sob a espada desembainhada, suplicando pela vida, mas ainda exigem 
que seja assassinado? Que dão o seu voto cruel e desumano para a morte, não 
satisfeitos com as feridas e o sangue coagulado de vítimas indefesas? Não 
somente isto, mas quando o morto estira-se na areia, mandam que COrpo sem 
vida seja trespassado vezes e mais vezes, cortado e lacerado, a fim de se iludirem 
com um homicídio simulado. Ficam bravos com os combatentes que não 
despacham rapidamente um ao outro, e, como se ansiassem por sangue humano, 
impacientam-se com a demora. Cada grupo de recém-chegados, à medida que 
entra no circo, vocifera por novas vítimas que lhes saciem os olhos". 
Assim, duelos, combates em grupos, e lutas corpo-a-corpo da maior 
carnificina passavam como redemoinhos sob o olhar desvairado da plebe. 
Durante horas, e todos os dias, a arena do Coliseu era impregnada com o sangue 
das vítimas; seus vapores repugnantes subiam ao ar puro do céu, como se 
viessem de um imenso caldeirão de crueldade e prazer. 
Agostinho oferece-nos, no sexto livro de suas Confissões, uma descrição 
singularmente vivida da excitação que prevalecia entre os espectadores, durante 
essas lutas sanguinárias. Conta ele: 
"Aconteceu de um dia, enquanto seu amigo Alípio achava-se estudando a 
lei em Roma, ele encontrar alguns de seus colegas de escola, que estavam 
caminhando após o jantar, e que insistiram em levá-lo ao anfiteatro; era um dos 
feriados mais sinistros, quando Roma encontrava prazer nesses espetáculos de 
matança humana.

"Como Alípio tivesse um extremo horror a essa espécie de crueldade, 
resistiu com todas as suas forças; mas recorrendo àquela espécie de violência que 
às vezes é permitida entre amigos, eles o arrastaram consigo, enquanto ele 
repetia: 'Vocês podem arrastar meu corpo consigo, e pôr-me entre vocês no 
anfiteatro, mas não podem dispor de minha mente e de meus olhos que, 
seguramente, não tomarão qualquer parte no espetáculo. Eu estarei ausente, 
ainda que presente em corpo, e deste modo não me renderei à violência e à paixão 
da qual vocês estão possuídos'. Contudo, Alípio teria feito melhor se ficasse em 
silêncio; eles o arrastaram, já com a intenção de ver se ele podia ser tão bom 
quanto suas palavras. 
"Finalmente chegaram, e posicionaram-se o melhor que puderam. 
Enquanto todo o anfiteatro era transportado pelos bárbaros prazeres, Alípio 
guardou o coração para não participar daquilo, mantendo os olhos fechados. E 
aprouvera a Deus", continua Agostinho, "ele houvesse bloqueado os ouvidos. 
Afetado pelo grito universal, que se levantara dentre o povo em reação a algo 
extraordinário que ocorrera no combate, ele foi fisgado pela curiosidade; 
desejando meramente averiguar o que seria - persuadido de que, não importava o 
que fosse, ele o desprezaria - abriu os olhos. Ao fazê-lo, recebeu na alma um 
ferimento mais fatal que aquele que acabara de ser infligido ao corpo do 
gladiador. Foi a ocasião para uma queda bem mais Pei"igosa que aquela do 
gladiador, cuja derrota arrancara da multidão o grito desumano, que por sua vez 
o tentara a abrir os olhos. A crueldade entrou-lhe no coração; o sangue que 
jorrava sobre a arena encontrou-lhe os olhos, e ele, longe de desviá-los dali, 
manteve-os arregalados sobre a mancha, sorvendo em longos tragos de fúria, sem 
perceber, e permitindo-se ser intoxicado com o prazer criminoso. 
"Ele não era mais o Alípio que para ali fora arrastado à força; era um 
homem do mesmo cunho que aqueles que enchiam o anfiteatro, e uma 
companhia adequada àqueles que o trouxeram ali. Ele olhou, gritou, misturou 
seus gritos aos deles, ferveu de entusiasmo e, como eles, absorveu-se nas 
vicissitudes do combate. No final, partiu do anfiteatro com uma tal paixão por 
aquelas visões, que não podia pensar em mais nada. Não apenas estava pronto a 
retornar com aqueles que haviam usado de força para trazê-lo na primeira 
instância, como era mais enfurecido que eles acerca dos gladiadores, arrastando 
outros consigo, e sempre pronto a seguir o caminho do anfiteatro". (Livro VII, cap. 
VIII) 
Tão intenso era o excitamento das pessoas durante essas lutas, que elas 
pareciam perder todo o autocontrole; de manhã à noite, sem se importar com o 
frio ou o calor, fitavam com demente exaltação a arena, e a suas mentes eram 
agitadas com os oscilantes sentimentos de esperança e medo, como o oceano 
sacudido por ventos contrários. O demônio da discórdia não gastava seu tempo 
em vão, nem era à toa que as Fúrias abriam suas asas funéreas sobre essas 
cenas sanguinolentas. Os espectadores dividiam-se em diversas partes. 
Discussões afiadas e amargas sobre os méritos rivais dos combatentes formavam 
uma inexaurível fonte de brigas e disputas; e às vezes, tornavam-se tão exaltados, 
que passavam das discussões aos socos, e até mesmo às armas mortais, até as 
bancadas do anfiteatro converterem-se, de ponta a ponta, num cenário de 
tumulto e massacre. 
Temos o relato de uma dessas terríveis ocasiões no Circo Máximo, quando 
mais de trinta mil pessoas foram mortas ou feridas. Algo semelhante aconteceu 
no Coliseu, numa circunstância de horrenda crueldade. Um dos imperadores 
obrigara um celebrado gladiador a lutar com três outros, sucessivamente. O tirano Gesler, que fez Tell partir com sua flecha uma maçã na cabeça do filho, a 
cem passos de distância, não foi mais desumano. O pobre gladiador lutou 
bravamente, e derrotou os dois primeiros oponentes, mas cansado e ferido, caiu 
enquanto lutava com o terceiro. A exacerbação desta cena levou o povo à loucura; 
voltaram-se uns contra os outros, e o resultado foi um terrível derramamento de 
sangue. 
Concluiremos esta breve nota da cena gladiatória do Coliseu, citando as belas e tocantes linhas do Lord Byron: 
"Vejo diante de mim o gladiador deitado; 
Ele recosta sobre a mão a testa varonil, 
Consente em morrer, mas subjuga a agonia, 
A sua cabeça enlanguescida pende gradualmente, 
E de seu lado, as últimas gotas vazam lentamente, 
Da ferida vermelha caem pesadas, uma a uma, 
Como as primeiras de uma pancada de chuva; e agora 
A arena flutua à sua volta, ele se vai, Antes que cesse o grito inumano que saudou o 
Miserável vencedor. 
Ele o ouviu, mas não lhe prestou atenção; seus olhos 
Estavam com seu coração, que estava bem longe; 
Ele não fez caso da vida que perdeu, nem do prêmio; 
Exceto de sua rude cabana junto ao Danúbio, 
Lá estavam seus jovens bárbaros todos a brincar, 
Lá estava Dácia, a mãe deles - ele, seu pai. 
Abatido para comemorar um feriado romano. 
Tudo isto correu com seu sangue: devia ele expirar, 
E sem vingança? Levantai-vos, godos, e fartai a vossa ira".

Extraido do Livro  o Coliseu de Roma.

Pb.Railson Sousa

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